SOBRE

Exposição Pública Não-Autorizada é um projeto de intervenção urbana interativa que simula e parodia no passeio público urbano uma exposição de arte em galeria. Utiliza principalmente a técnica do lambe-lambe em interação com elementos tipicamente urbanos - esquinas, muros, pontos de ônibus, hidrantes, postes, tapumes, blocos de interdição etc.
Os lambes que compõem a Exposição são essencialmente fotografias performáticas com ou sem aforismos sobrepostos, têm caráter performático e dialogam com a questão do estigma corporal, visto como "Couraça Mucular do Caráter" (vide Reich), resultado do condicionamento corporal violento moldando nossos corpos de acordo com a vontade de terceiros.
Num paralelo com o feminismo, vemos o condicionamento corporal como uma prisão patriarcal, institucional e de gênero.  A atividade é inspirada nos trabalhos da artista ítalo-brasileira Ana Maria Maiolino e em SAMO, um personagem de Basquiat e Al Diaz que pintava aforismos e poemas filosóficos nas ruas de DownTown - NY.

Exposição Pública Não-Autorizada se divide em três fases distintas: Divulgação, exposição e workshop.


 Consiste na aplicação prévia de cartazes com informações como o nome de uma produtora falsa, "Cia. da Vulva Produções apresenta...", título "Exposição Pública Não Autorizada", slogan "Por causa da família, do grupo, da sociedade: Salve a Morte!", local "a rua", horário de funcionamento: "até o tempo levar", para adquirir uma obra: "entrar em contato com a rua" etc.
Obs.: O slogan da exposição foi apropriado do livro "Reich-1980" de José Ângelo Gaiarsa, psicanalista e teórico sobre a psicologia da performance.
 O cartaz também é divulgado nas redes sociais e blog, tais como Instagram, Facebook, Tumblr e o próprio blog/ registro da Exposição Pública Não-Autorizada.


 Aplicação dos lambes, onde o espaço da "exposição" fica delimitado unicamente pela presença das "obras".
A ideia é também que algumas peças sejam aplicadas apenas com fita adesiva, para facilitar sua remoção, já que o público será convidado a levar essas peças consigo, com a opção de fixá-las onde desejar, tornando a Exposição também uma iniciativa interativa.



 Integrando a programação de Exposição Pública Não Autorizada, a "Workshop de Vandalismo e Subversão" acontece na área de "exposição". Estende-se uma lona plástica no chão do passeio público onde o público é convidado a sentar e conversar sobre temas que lhe incomodam e assim criar suas próprias frases/ aforismos e fazer sua própria intervenção.
 É quando os oficinandos criarão de forma livre e espontânea suas próprias intervenções. O oficinando será instigado a procurar suas próprias referências na rua, criar suas próprias frases e materiais gráficos, aprender a enxergar os elementos da rua como peças artísticas e encontrar dentro de si o material necessário para a realização das obras.
Obs.: O título "Workshop de Vandalismo e Subversão" é um elemento de paródia, e se refere diretamente a forma como setores conservadores da mídia e redes sociais se referem à arte urbana como "vandalismo".